terça-feira, 6 de novembro de 2007

16 de Janeiro de 1991 !

Foi a 16 de Janeiro de 1991, que veio ao mundo, mais um ser que na altura era ainda puro e perfeito, que com o tempo tornou-se no ser humano que ainda não se conhece a si próprio.
Bem, nasci e cresci numa vila pequena, onde todas as pessoas se conhecem, onde todos se cumprimentam, onde todos comentam e são comentados, e assim foi a minha infância rodeado de interesseiros, cucos da vida alheia. Vivi uma infância com poucos amigos, mas sempre resguardado pela família e sendo sempre o centro das atenções de todos eles, tios e tias, viam e ainda vêm de certa parte, um rapaz prodígio, mas que no entanto, será das maiores desilusões que poderão alguma vez ter(…).
Voltando a minha infância, não poderei dizer que fui infeliz, mas também não guardo muitas boas recordações desta, lembro-me de sinais e de acontecimentos que iram ficar para sempre registados no meu pensamento, fora isso, fui sempre um rapazinho normal, com os seus amigos e amigas, com os seus recreios e brincadeiras e dúvidas parvas que generalizam a fase dos porquês. Passei 2anos na pré-primária, achavam que eu não estaria preparado para o ensino primário, e lá fiz eu o meu segundo ano de pré-primaria, e foi apôs a conclusão desta primeira etapa escolar que eu me mudei, para uma outra vila, vila que ainda hoje habito.
E em conjunto com a mudança de casa entrei para a nova escola. A nova escola era algo grandioso aos meus olhos, o primeiro dia de aulas foi tão tenebroso para mim, que só me lembro de querer fugir, mas depressa essas sensações e pensamentos se soltaram a medida que fui conhecendo os meus amigos, sinceramente, não consigo ter uma visão plena e transparente desses meus amigos, lembro-me claro de bons momentos que passamos, das grandes visitas de estudo, dos castigos da professora, dos pacotinhos de leite achocolatados ( os pacotinhos de leite foi a única coisa que me marcou a infância, ainda hoje vejo o leite, como algo querido, algo que derivou da minha infância), da régua enorme da bruxa da minha explicadora (sai de lá tantas vezes a chorar, a senhora é tarada, louca, mas ainda hoje dá explicações, não percebo como!). E assim foram passados, estes 4 anos, cheios de vida e sem problemas. Nada que viesse ser alterado, com a mudança de escola e de ciclo.
A escola Básica, foi algo que não me custou muito, visto que as grandes adaptações tiveram de ser feitas, aquando a entrada no ensino primário, nada demais me aconteceu durante o 5ºano e o 6ºano, fui um bom aluno, tive os meus amigos e os meus inimigos, a única coisa de bom que posso realçar foi eu ter descoberto o meu grande amor pela música, ficando 2anos consecutivos em 2ºlugar no concurso de flauta, nada demais, mas foi sempre algo que me deu muito gozo fazer, embora nunca tenha tido o apoio necessário por parte dos pais, pois esses estavam mais interessados que eu integrasse um equipa de futebol ou de outro desporto qualquer para puderem gabar se do filho jogador de um desporto qualquer, mas isso nunca aconteceu e talvez por isso, eu e o meu pai tenha mos tantos problemas, que serão ainda neste texto relatados.
Com a transição para o 3ºciclo, houve também receios, medos, e mitos que tinha de ser superados, para alcançar o meu próprio bem-estar. Contudo, foi no 3º ciclo que fui verdadeiramente feliz, embora vivesse num mundo de mentiras, em que eu mentia a mim próprio, tive os meus melhores amigos 3, era o grupinho perfeito, tínhamos as nossas birras, zangas, alegrias e éramos felizes assim. Vivemos assim durante 3anos, fizemos de tudo, só que no fim do 9ºano, tudo acabou, ficamos em escolas diferentes, para mim, foi a maior quebra de sempre, senti me frágil perdi o meu apoio, perdi o que era mais fundamental para mim. Ditado o fim do 9º, singrava agora o 10ºano.
É por está altura do ensino secundário, que a minha vida mais mudou, jamais em tempo algo a minha vida mudou como mudou e dificilmente irá mudar como mudou. Não foram apenas mudanças da adolescência, foram mais que isso, eu mudei, eu cresci, e tornei-me numa pessoa diferente. Em apenas 5 meses eu deixei de ser aquele rapaz saloio sempre com um sorrisinho estampado na cara, deixei de ser a pessoa humilde que era, deixei de ser o coraçãozinho mole que era, deixei de ser tão sensível, MUDEI! As experiencias ditaram a minha vida, sou quem sou, não o que falam, não o que pensam, querem saber algo, conheça-me primeiro. Não tenho medo de dizer o que penso, de fazer o que quero, há 3semanas eu ainda regia a minha vida em função dos outros, tinha medo da reacção dos outros, agora isso não faz partes das minhas preocupações, tenho mais que fazer do que me preocupar com um bando de anormais retrógrados!
Sinceramente, eu queria ser duro como as pedras, porque apesar de ter mudado, aqueles de quem mais gosto fazem me sofrer, varias vezes, eu sei que por vezes sou eu que sou muito tempestivo e pessimista, mas sou ainda muito apegado aos meus sentimentos e as pessoas, não consigo nem sequer pensar que elas se podem esquecer de mim ou abandonarem-me, seria mau de mais!
Deixando de parte, este meu assunto ainda um pouco intimo, retomo o assunto da minha relação com os meus pais abordada na questão do “filho desportista”. Desde os meus 12 anos, que a minha relação com os meus pais foi má, com a minha mãe a minha relação só não é melhor porque eu tenho de lhe esconder (ainda) o meu segredo, sinto pena, porque sinto que a relação de mãe e filho vai se afastando, e como eu não posso confiar nela neste segredo ela nunca me percebe e busca razoes para isso noutros problemas que não me envolvem a mim. Relativamente, ao meu pai (…), enfim, não é uma relação pai e filho, nunca foi e penso que nunca será, mas neste caso, não sou eu que não confio ou não falo com ele, desde cedo que o meu pai se mostrou um pai ausente, que nunca esteve presente na minha educação, exceptuando a sua assinatura nos testes e que por vezes nem a classificação obtida via. Foi um pai, que nunca me ajudou, que nunca se interessou e que nunca falou para mim nem como pai nem como amigo, simplesmente eu as vezes era alguém que estava ali para ocupar a sua sucessão ou apenas um estorvo, contudo foi com a chegada da adolescência que os problemas se agravaram, sendo que os meu 16anos são uma espécie de bomba cá em casa, não conseguimos estar nem 5minutos juntos, os meus jantares e almoços prefiro os fazer sozinho na mesa, sem estar a ser incomodado pelos os olhares perturbantes do meu pai, enfim, penso que é uma relação que nunca mais terá retorno, mas também não é algo que me faça falta, só me faz falta quem me quer ver feliz.
Uma vida com os seus altos e baixos, é ou não uma vida normal? Fica agora a pergunta de que como vai acabar aquilo que começou a 16 de Janeiro de 1991.

Hoje sinto-me bem ( :

4 comentários:

Anônimo disse...

Eh poh,
texto mais perfeitinho *.*
esses teus textos deixam-m a reflectir sobre determinadas coisinhas sobre o qual eu n dou muita importância *.*
ADORO o texto *.*

Anônimo disse...

life seems easy for those who don't care about each other...
But remember this, life goes on and on but if you whant me to walk by your side..
Show me your world, show me your inside!
I do care about you, and I feel like I found the person that's almost the one I always found when I look in the mirror everyday, and so I love you with all my hearth and I will try to protect you and always stand with my two feets by your side and show the world the person you are!

Anônimo disse...

Olá

escreves muito bem! Acredita.

parabens por demonstrar assim os teus sentimentos, ideias e valores!

os teus textos são perfeitos, continua, seras alguem no futuro, és puro, não tenhas duvidas disso acredita, vais longe !

assinado: alguem que iras conhecer, ou que ja conheces.

Anônimo disse...

tu escreves MESMO bem : D